Durante qualquer tratamento utilizando medicamentos, é comum que surjam algumas dúvidas: “Quem toma remédio controlado pode beber?” ou “O álcool corta ou aumenta o efeito do remédio?”. Neste post, nós, da dose certa +cuidado, esclarecemos estas e mais algumas dúvidas relacionadas à combinação entre remédios e bebida alcoólica. Continue a leitura e confira agora mesmo!
Remédio x Álcool: entenda a relação
A primeira coisa que você precisa saber é que todo o medicamento é produzido de forma a ser absorvido e eliminado pelo corpo em um tempo determinado. Como o álcool tem o poder de alterar o metabolismo, ao bebermos, podemos afetar a forma como o nosso corpo processa o medicamento, fazendo com que isso ocorra mais rápido ou mais devagar que o esperado, o que prejudica a eficácia do tratamento.
Entenda o que acontece se beber durante o tratamento
A mistura entre o álcool e os compostos medicamentosos não é aconselhada, já que pode promover prejuízos à saúde do paciente e diminuir a eficiência do tratamento medicamentoso. Isso acontece porque o álcool pode tanto potencializar quanto reduzir o efeito de algum remédio.
Além disso, há casos onde a mistura entre a bebida e o remédio pode acarretar em uma sobrecarga do fígado do paciente, assim como em outros órgãos, dependendo de cada medicamento. Dessa forma, a combinação dos dois elementos pode ocasionar diversos problemas de saúde.
Confira a seguir como alguns tipos de medicamentos podem reagir com o álcool!
Calmantes x Álcool
Os calmantes são medicamentos que exercem efeito sobre o Sistema Nervoso Central (SNC). Portanto, a mistura entre álcool e quaisquer bebidas alcoólicas não é recomendada, podendo causar um efeito sedativo e, em alguns casos mais graves, levar ao coma, gerar insuficiência respiratória e até mesmo acarretar em morte. Dessa forma, nunca se deve ingerir bebida alcoólica antes ou depois de consumir algum calmante.
Anti-inflamatório x Álcool
A interação medicamentosa entre anti-inflamatórios e bebidas alcoólicas não é indicada. Isso se deve ao fato de que o álcool acarreta em uma aceleração da eliminação do medicamento do corpo, ou seja, diminui o tempo de absorção, que deveria ser mais longo.
Dessa forma, a combinação entre os dois elementos diminui o efeito do anti-inflamatório, acarretando em uma menor eficácia do tratamento. Além disso, a mistura entre este tipo de medicamento e álcool pode levar a uma sobrecarga do fígado, já que ambos são metabolizados pelo órgão.
Antibiótico x Álcool
Assim como no caso dos anti-inflamatórios, o consumo de bebidas alcoólicas combinadas a um tratamento com antibióticos acelera a eliminação do composto do organismo. Dessa forma, o remédio não é metabolizado no tempo certo e, assim, pode não ocasionar o efeito desejado.
Antialérgico x Álcool
No caso da combinação entre antialérgicos e bebidas alcoólicas pode ocorrer um efeito sedativo no paciente, assim como nos calmantes. Dessa forma, a pessoa que consumiu os dois elementos combinados pode apresentar tonturas, desequilíbrio, problemas de concentração, sonolência e outros efeitos colaterais.
Anticoncepcionais x Álcool
O álcool acarreta em uma aceleração da eliminação dos anticoncepcionais no organismo. Isso independe se o medicamento é oral ou injetável. Dessa maneira, por mais que a mulher acredite que está protegida pelo uso dos anticoncepcionais, eles podem não estar fazendo a ação esperada. Assim, o consumo do álcool pode ocasionar uma diminuição do efeito do remédio e aumento das chances de uma gravidez inesperada.
Antidepressivos x Álcool
Devido à sua atuação no Sistema Nervoso Central, os medicamentos antidepressivos, quando combinados às bebidas alcoólicas, podem acarretar em reações adversas, efeito sedativo e diminuição da eficácia do tratamento. Além disso, quando combinado ao álcool, o remédio gera um estímulo mais rápido. No entanto, após algumas horas, faz com que o paciente se sinta pior.
Remédios de pressão x Álcool
Ao combinar os remédios para pressão e o álcool, o efeito pode ser a diminuição da pressão arterial. Dessa forma, o paciente que passa pelo tratamento pode apresentar vertigem, dores de cabeça, alterações na corrente sanguínea e frequência cardíaca. No entanto, esses sintomas são mais comuns no início do tratamento e nos momentos de mudança de dose do medicamento.
Corticoides x Álcool
O corticoide apresenta uma forma de ser metabolizado mais lenta. Quando misturado com as bebidas alcoólicas, há uma diminuição na eficácia do tratamento, já que o medicamento pode ser absorvido mais rápido que o desejado.
Analgésicos e antitérmicos x Álcool
O álcool pode cortar o efeito de analgésicos e antitérmicos, dependendo da molécula que forma o medicamento. No caso de remédios como o dipirona e o paracetamol, há uma aceleração na eliminação do medicamento do sangue. Dessa forma, o efeito dos medicamentos é menor que o esperado.
+ Vale lembrar que o uso de anti-histamínico também não pode ser feito com álcool, visto que isso diminui o estado de alerta do paciente.
Tomar o remédio quantas horas depois de beber
Isso pode variar muito de remédio para remédio! No caso dos analgésicos e anti-inflamatórios, por exemplo, especialistas recomendam que se espere no mínimo 24 horas após beber para consumir o remédio. Já no caso de ansiolíticos/antidepressivos, o ideal é que nunca se consuma álcool tomando medicamentos. Contudo, o ideal é que você converse com o seu médico e alinhe com ele sobre o tempo recomendado de espera.
Fonte: Guia da Farmácia