Manter o corpo e a mente ativos é fundamental para o bem-estar do idoso. Por isso, é importante que as Instituições de Longa Permanência do Idoso (ILPIs) ofereçam atividades recreativas aos seus pacientes. Elas são uma maneira de estimular exercícios físicos e a interação com outros pacientes e com a equipe da clínica. Sendo o acesso ao lazer e a convivência direitos assegurados pela legislação brasileira que regulamenta as ILPIs.
Continue a leitura e conheça os impactos de programas recreativos em ILPIs.
Bem-estar físico do idoso em ILPIs
A prática de atividade física na terceira idade é fundamental para reduzir os impactos do envelhecimento, tais como a diminuição da força muscular, do equilíbrio, da agilidade, da flexibilidade e da resistência. Contudo, para que o idoso mantenha uma rotina de atividades é importante consultar um médico para que ele oriente sobre os cuidados durante a prática.
A OMS recomenda que a partir dos 65 anos, a atividade física seja moderada, de preferência em grupo, no mínimo três dias por semana e em intensidade que varia de acordo com as condições de saúde e de mobilidade de cada pessoa. Cerca de 150 minutos semanais já são suficientes.
Em ILPIs a atenção às condições de saúde dos pacientes deve ser avaliada individualmente antes de iniciar um programa de atividades físicas. Para isso, conte com uma equipe multidisciplinar de parceiros, médicos, fisioterapeutas, profissionais de educação física, que vão avaliar individualmente cada caso e encaminhar da melhor maneira possível.
Bem-estar psicológico do idoso em ILPIs
O envelhecimento, além de trazer mudanças físicas, desencadeia alterações psicológicas que influenciam o comportamento do idoso. De acordo com a pesquisa “Bem-estar Psicológico e Qualidade de Vida em Pessoas Idosas”, essas mudanças podem representar desafios na adaptação aos novos papéis sociais, na gestão de mudanças repentinas e na vivência de perdas afetivas.
Os idosos ainda podem enfrentar baixos níveis de motivação e autoestima, propensos ao desenvolvimento de quadros de somatizações e/ou depressão. Assim, o envelhecimento pode aumentar a vulnerabilidade da pessoa idosa a doenças e a processos regressivos.
Para contornar essa situação, manter a mente ativa é essencial, principalmente no caso de idosos institucionalizados. Para isso, as ILPIs podem utilizar jogos e oficinas como recurso valioso. Esse tipo de atividade estimula o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo de idosos.
Jogos como xadrez, dama, dominó, quebra-cabeça e cartas, trabalham a memória, enquanto oficinas de pintura e bordado, estimulam a criatividade e as habilidades motoras do idoso. Ambas as práticas incentivam a interação com outros pacientes e profissionais da ILPI, favorecendo a construção de laços efetivos.
Contudo, assim como na prática de atividade física, os jogos e oficinas devem ser ministrados com auxílio de um profissional, ele será o responsável por avaliar as características da pessoa idosa e proponha atividades seguras para cada caso.
Como montar um programa recreativo em ILPs
Ação divulgada pela FioCruz, o “Projeto Feliz Idade” trouxe resultados positivos na saúde de idosos institucionalizados. Eles experimentam a satisfação pessoal ao fazer exercícios com os colegas do grupo, independência funcional e motivação para realizar tarefas cotidianas que seriam afetadas pelos efeitos negativos do envelhecimento.
A iniciativa é um exemplo de como uma prática bem estruturada pode trazer excelentes resultados. Abaixo, confira as etapas do planejamento:
- Defina um objetivo
O objetivo de um projeto é uma descrição concreta do destino desejado ou da conquista almejada. Ele representa uma ideia estratégica abrangente e de longo prazo. Por exemplo, o objetivo de um programa recreativo em Instituições de Longa Permanência para Idosos seria “Aprimorar o bem-estar dos pacientes por meio de atividades recreativas”
- Trace metas
A meta é um ponto de referência para avançar em direção a objetivos maiores. São passos específicos, mais simples e fáceis de serem realizados. No contexto das ILPIs, as metas podem incluir a elaboração do plano, o início das atividades e a quebra da rotina diária, promovendo mudanças nos hábitos cotidianos.
- Delimite seu público-alvo
As atividades precisam ser adaptadas para atender às limitações individuais, mas para otimizar a eficiência e abranger o maior número de pacientes, é crucial definir o perfil dos participantes do programa. Isso inclui considerar idade, gênero e identificar as limitações mais comuns, entre outros aspectos.
- Estruture a equipe
Uma equipe multidisciplinar trará melhores resultados para o seu programa, com uma visão especializada sobre as atividades exercidas. O Projeto Feliz Idade, por exemplo, contava com fisioterapeutas, farmacêuticos, assistente social, nutricionista, fonoaudiólogos, educador físico e psicólogo.
- Defina as atividades
Com a equipe estruturada é possível delimitar quais práticas recreativas o programa vai contemplar. Existem diferentes possibilidades de oficinas, como: alongamento corporal e mobilidade; meditação; dança; contação de histórias; teatro; pintura; artesanato; jogos de tabuleiro, entre outros.
- Organize o orçamento
Para ter um programa bem estruturado é necessário investir em duas frentes: a dos profissionais e a dos equipamentos e materiais. Vai oferecer aulas de dança? Você precisa de uma caixa de som. Oficinas de pintura? Separe as tintas, pincéis e telas. Tudo dependerá de quais práticas o programa irá contemplar.
- Analise os resultados
Ao completar as metas, avalie se o objetivo inicial foi atingido. Assim, é possível definir o que gerou bons resultados e o que pode ser reformulado no futuro. Atividades em que os idosos não tenham interagido tanto ou ações que demandem esforço demasiado da equipe.
Lembrando que qualquer iniciativa em ILPIs deve estar de acordo com as implicações da RDC, consulte aqui.
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